mar azul cobalto
Fundo de levantes. Abismo em sono
profundo de águas.
De longe, chegam ao cais nas marés
desfeitas em versos.
Poemas calmos como o fundo do mar.
Em mistério, as margens rompem-se e as
águas unem-se como a poesia une olhares
coalhados pelo azul cobalto das palavras
profundas. Sem se cansarem, ondas
inscrevem o belo e o sábio no avesso do
mar, onde aves ébrias pelo silêncio
anunciam maresias de inspiração,
enquanto no pulsar do oceano cintilam
torrentes de sílabas que se aconchegam
em pátios de areia. Em visita, a
ondulação foragida das cristas
terrestres constrói rotas para as barcas
carregadas de estórias e segredos
temperados. No mar azul cobalto cresce a
imensidão do prado azul e no poema
cresce a pulsão profunda da palavra.
Zita Viegas
Admiro a sua insular poesia tanto com'o vinho, tanto que ás vezes de a ouvir passar já fui com'o vento em terra à'dentro vin'do'mar, vim no ar eu, vim no ar
ResponderEliminarnão pares aqui, isto é mais valioso que o luso
ResponderEliminarGrata.
EliminarO sabor de um gole vem em forma de co(r)po, quando se saboreia uma tempestade, soboreia-se a maresia. No mar o paladar é de terra e a barca vem em braços. O porto assenta no impacto da chegada.
ResponderEliminarA cigarra e o o vento são como do meu pensamento a confissão do som ao que de dentro sonoro eu sou
ResponderEliminarComo é exótico o sossego exposto ao intenso tráfego da paixão. Amargo não detê-lo em mim.
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